sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Kiss of the Vampire - 1963


Dia 14 de dezembro o cinema perdia Don Sharp. De origem australiana fez a carreira como diretor na Inglaterra depois de tentativas de trabalhar como ator no teatro e rádio. Dirigiu o primeiro filme de rock’roll na Inglaterra em 1958, mas o musical não seria seu forte e ganharia fama com seus trabalhos na produtora Hammer. O currículo inclui gêneros variados: filmes de pirata, terror, policiais e ação. Não conheço a sua extensa obra toda. Portanto vou comentar - como uma pequena homenagem - um dos seus bons filmes “ Kiss of the Vampire”. Pude assisti-lo nos bons tempos do Telecine, quando possuiam um canal só de clássicos. Bons tempos realmente. Como o pacote da minha TV a cabo não tem o canal não sei se ainda exibem filmes mais antigos. Na minha estadia nos EUA comprei um dvd do filme. E quando decidi escrever a crônica sobre o filme e fui revê-lo, uma surpresa desagradável: o filme, original, não rodou de jeito nenhum! E depois da merda do fechamento do megaupload a vida de colecionadores de filmes raros ficou mais difícil, e tive que ficar caçando o filme pela rede. Felizmente o piratebay tinha um torrent funcionando e consegui o filme novamente. Dureza realmente esta vida. Não está sopa.

O filme inicialmente foi concebido como a terceira parte da trilogia de “Drácula” com Christopher Lee e Peter Cushing. Por razões variadas o projeto foi modificado, e o produtor reformulou o roteiro, convocou Don Sharp, recrutou atores pouco conhecidos e o filme mostrou, felizmente, um novo olhar sobre o mito do vampiro. Entre 1958 e o ano em que o filme foi lançado o dentuço foi personagem uma tonelada de filmes na Itália, Inglaterra e outros países. Um mito cujo interesse não arrefece, haja vista a série “Crepúsculo”, os livros de Anne Rice, séries de TV e muito mais que não recordo aqui, e não interessa. No filme de Don, não temos o conde, e a história não se desenrola na Transilvânia. Um casal em lua de mel na Bavária – região da Alemanha - tem problemas com a carruagem e são obrigados a buscar abrigo na aldeia mais próxima. O nobre do castelo local convida a ambos para serem seus hóspedes. A prudência é uma qualidade que os heróis de filmes de vampiros não possuem e aceitam alegremente o convite. A família do castelo: O Dr Ravna e seus dois filhos Karl e Sabena , são nobres decadentes e logo se revelarão demoníacos e pervertidos líderes de uma seita de vampiros. Esta ligação de seitas com os vampiros era um aspecto até então pouco explorado nos filmes de vampiros. Outro detalhe interessante: o vampirismo visto como uma doença. E a sexualidade ganha importância acentuada, inédita àquela altura nos filmes da produtora. A cena do baile dos vampiros seria homenageada e recriada na comédia clássica de Polanski, “A Dança dos Vampiros”, alguns anos depois. Não sem razão, muitos o consideram o melhor filme de vampiros produzido pela Hammer em todos os tempos. Prova cabal do talento de Don Sharp, um nome que merece ser lembrado sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hammer é Hammer, tenho tudo da Hammer em avi e uns dvds.
Atualmente ando pesquisando a Tigon, mas eu vou ser sincera, gosto de animes demais, séries de tevê.
Cresci vendo filme da Hammer sem saber que era Hammer.