segunda-feira, 11 de maio de 2015

Girls on the Loose - 1958

Ah, o charme irresistível do cinema B americano dos anos 50! Aqui neste pequeno e obscuro filme o espectador pode se deparar com algumas das qualidades e também defeitos da escola que virou ate um gênero(?). Uma surpresa é a assinatura da direção: Paul Heinred, ator de algum renome nos anos 30 e 40, que teve papel de destaque em “Casablanca” só para citar um bem manjado. A novíssima geração com certeza não lembra mais dele. Sempre fazia papel de mocinho bom, papeis românticos, tinha aquela carinha limpa, topetinho louro, enfim o típico bom rapaz americano de família.  Nem era americano de nascimento, diga-se de passagem, mas austríaco e veio pra América na mesma leva que trouxe dezenas de outros nomes fugidos das guerras e do nazismo. Virou diretor de filmes B meio por falta de opção, pois foi um dos perseguidos pela caça Macarthista que mandou para o limbo os simpatizantes do comunismo. No cinema dirigiu poucos filmes e todos eles Bs, mas na TV dezenas de episódios de diversas séries clássicas inclusive para “Alfred Hitchcock presents”. O filme que relembro ,inédito em DVD infelizmente, segue a cartilha clássica de um grande golpe. O fato que chama atenção é que o grupo de bandidos que comete o crime é composto apenas por mulheres. E moças violentas, como fica demonstrada pela sequência inicial do assalto. A líder da gang é Vera, interpretada por Mara Corday, aqui em de seus raros papeis de destaque . Uma bela mulher, bastante interessante- com um quê de Ava Gardner- mas que nunca alcançou destaque e se limitou atuar em filmes B como este. Aqui como a fria e sanguinária líder, que durante as noites “normais” é uma respeitável dona de uma casa noturna ela consegue se sobressair tanto pela beleza fria quanto pelo estilo. A irmã caçula de Vera é cantora da boate e cai de amores justamente pelo detetive encarregado de investigar o caso. Como em um bom filme B quase toda ação gira em torno do nightclub. O bando de gatas bravas não demora a se engalfinhar movido pela cobiça e o clímax até violento de certo modo leva ao moralista e trivial "crime não compensa" . Mas até isso acontecer as moças se divertem principalmente Vera, que além de violenta e inteligente é uma predadora sexual. Se o filme não chega a ser um clássico consegue se sobressair da rotina graças aos elementos pré-exploitation tais como  a sensualidade  e a violência, e justifica a lembrança.