quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Raw Force - 1982

Uma boa noticia no ano que passou foi, enfim, o lançamento de uma edição decente de “Raw Force”, também conhecido pelo título de “Kung Fu Cannibals”. Até então só tínhamos acesso a uma versão ruim ripada de algum VHS. Infelizmente pouco provável que a edição seja lançada por aqui. A dica é que o piratebay já tem essa nova versão em imagem impecável. Enfim podemos ver em todo o seu esplendor essa tranqueira filipina, um dos exemplares top da insana exploitation local que começou nos 60 e se estendeu ate o inicio dos anos 80. Como complemento seria legal, para entender o contexto do filme, assistir o sensacional documentário “Machete Maiden Unleshead” que traça um perfil bem amplo dessa cena. O diretor Edward Murphy que já atuou em “Os Bons Companheiros” de Scorsese, é também roteirista do filme, só iria dirigir outro filme em 1985, absolutamente esquecido. Mas com este aqui garantiu lugar no panteão dos diretores de um dos filmes mais esdrúxulos e divertidos da história do cinema. O grande Cameron Mitchell encabeça o elenco composto por nomes desconhecidos e obscuros, mas  Camille Keaton, estrela de “I Spit in Your grave” e Vic Diaz(o Wilson Grey  filipino), fazem pequenas pontas. Quem ama o gênero exploitation já deve estar a par do filme e então a sinopse é desnecessária, mas para aqueles que ,por azar ,ainda não sabiam dele ai vai: um grupo de estudantes de artes marciais em férias fica perdido no oceano e o barco onde estão acaba indo parar numa ilha. O local é, na verdade, o covil de uma quadrilha comandada por um sujeito com cara de Hitler e que comanda um exercito de monges canibais. Um mix pra lá de maluco de filme de kung fu, comédia e terror, mistureba essa que esteve muito em voga em Hong Kong na década de 80, e daria ecos ate entre nós com “Kung Fu contra as bonecas” de Adriano Stuart. Clones de Bruce Lee aos montes, (d)efeitos especiais, lindas mulheres que tiram a roupa por qualquer motivo, zumbis  lutadores de kung fu, monges canibais, cientistas malucos nazistas e muito mais num mesmo filme. Obviamente a coerência não é o forte do filme. Mas o que importa: o espectador se diverte muito.