segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Rampage -Phil Karlson


Phil Karlson e hoje definitivamente um dos meus diretores americanos da era classica, favoritos. Sua filmografia e extensa e inclui policiais - todos soberbos , westerns, dramas de guerra e ate filmes com os 3 Patetas. Quase toda a sua filmografia se realizou no universo do filme B, ou seja sempre com orcamentos limitados, o que nao o impediu de mostrar todo o seu talento. Este filme aqui ja dos anos sessenta - de 1964 -e tem no elenco o grande Robert Mitchum, Jack Hawkins e a italiana Elsa Martinelli. Como de habito Karlson nao conta so uma historia. O tema principal- no caso aqui uma cacada a tigres na Malasia - e somente uma das historias que se desenrolam: outras se cruzam e se entrelacam : temos a historia de um cacador ja velho e decadente, Otto (Hawkins), temos a historia de uma moca que desde os catorze anos era amante desse cacador e temos tambem um triangulo e amoroso entre o cacador mais jovem, interpretado por Mitchum ( ja meio coroa tambem,kkkk) e esse casal sui generis. Os dialogos sao um caso a parte: muito bons mesmos. Ha ao longo do filme muitas ironias sobre as diferencas de comportamento sexuais entre americanos e europeus, mas tambem questoes dos problemas do amor de um velho por uma jovem e por ai vai. E algumas brincadeiras tambem sobre as diferencas entre a sexualidade asiatica dos camponeses malaios e os americanos. No caso aqui a todo instante o guia da expedicao oferece a sua esposa ao cacador interpretado por Mitchum. Como se ve estamos longe de um banal filme sobre cacadas . E Muito mais do que isso. E o final e surpreendente porque Karlson simplesmente inverte mais ainda o filme de cacadas tradicionais : o climax do o filme e uma cacada a um tigre em plena cidade e no alto de um predio.

Ivy -Sam Wood


Prosseguindo na recapitulacao de bons filmes do genero noir que nao sao muito badalados e que mereciam destaque eis outro bom filme : Ivy do americano Sam Wood, um diretor de longa carreira em Hollywood e sem grandes atencoes da critica por seus trabalhos. O filme aqui em questao estrelado por Joan Fontaine e um decente drama noir. O filme e de 1947. A moca tem carinha e jeito de anjo mas e daquelas que levava os homens a ruina. Casada com um milionario arruinado - que ela, e claro, levou-o a isso - vemos no inicio do filme que ela esta lancando suas garras em um milionario que pratica a aviacao. O que vem a seguir e o lento e agonico processo de deterioracao de uma mulher corroida pela ambicao. O filme e , curiosamente, ambientado no inicio do seculo, na belle epoque, algo nao muito comum ao genero noir. Uma boa producao em todos os sentidos e sem duvida digno de uma reavaliacao. Felizmente o otimo site espanhol Noirestyle dedicado ao Noir disponibilizou essa joia cinematografica.

So evil My Love - Lewis Allen



Ta ai um diretor que sem duvida merecia mais atencao: Lewis Allen. cada vez que vejo um filme desse cara - que alias nao fez muitos filmes - me convenco que estou diante de um grande diretor. E esse filme e mais uma prova da sua capacidade. Um drama noir perfeito. Grandes atuacoes. Grande fotografia e direcao melhor ainda. O elenco e encabecado por Ray Milland, perfeito como sempre. O elenco feminino tem a lourinha Ann Todd. Ele e um inescrupuloso vigarista e que , por incrivel que pareca, e pintor. Ela e a viuva de um missionario. Ambos se conhecem num navio que vinha da Jamaica em direcao a Inglaterra. A questao da natureza e da seducao do mal e desenvolvida com maestria por Lewis Allen. Poucas vezes se viu no cinema o retrato angustiante da tentacao e da danacao. O drama da insossa viuva pobre que e arrastada ao crime pelas maos do diabolico pintor vigarista e digno de um Dreyer ou de um Ingmar Bergman . Ela se transforma numa calculista fria capaz de todos os crimes. E ele que a principio so queria se aproveitar dela -ironicamente e cruelmente- acaba se apaixonado por ela. As sequencias finais sao a celebracao do amor maldito e condenado a danacao eterna. Perfeito.

PS; Mais uma vez citando os dois diretores a proposito de um filme - esses dias lembrei deles a proposito de um filme brasileiro. E agora e um noir que me remete mais uma vez aos dois mestres do cinema nordico. Bem eu poderia ter lembrado tambem o catolico jansenista frances Robert Bresson a proposito desse drama de Allen.

domingo, 10 de janeiro de 2010

South sea woman


Uma simpatica producao americana de 1953 com direcao do prolifico diretor Arthur Lubin. No elenco Burt Lancaster , Virginia Mayo e Chuck Connors. Uma narrativa em flashbacks narrados por varios personagens conta a saga de dois mariners americanos e uma mulher pelos mares da China na segunda guerra mundial. O filme equilibra na narrativa boas doses de aventura e humor. Imperdivel e hilaria a cena em que Lancaster usa um baby doll escrito Mimi. Os dialogos tem verve desobra e a relacao entre os dois soldados e a mulher obviamene se transforma num triangulo amoroso. o frances Truffault com certeza deve ter visto esse filme para fazer o seu Jules e Jim, que como sabemos tambem conta a mesma historia de dois homens dividindo o amor de uma mulher. Um filme que merece uma revisao. Nao e uma obra prima mas e acima da media.