sábado, 3 de abril de 2010

Dog Eat Dog - 1963




Grande achado esse filme. Alias so o descobri devido as dicas sempre otimas do meu amigo Paulo Augusto. E, abrindo um parentesis, e gracas a suas dicas que tomei contato com a obra de Joseph H. Lewis , um dos meus cineastas americanos favoritos. Falando em diretor o primeiro aspecto que chama a atencao em "Dog Eat Dog " e o fato de que 3 diretores tocaram o filme, sem contar uma maozinha extra de Albert Zugsmith. Ray Nazzaro e Richard Cunha dirigiram o filme , mas Gustav Gravin, alemao, assinou o filme. Esse excesso de maos atras das cameras e mais uma penca de problemas durante, antes e apos as filmagens indicavam uma catastrofe cinematografica. E contrariando todas essas expectativas eis que estamos diante de um filme singular. Uma pequena obra prima do cinema B. Ao que tudo indica o filme nasceu de uma tentativa desesperada dos produtores de reerguer a carreira -entao em franco declinio - de Jayne Mansfield, uma sub Marylin Monroe, que teve ascensao meteorica mas que rapidamente perdeu prestigio e so se manteve em evidencia nas colunas de fofocas. Registre-se que a atriz foi a primeira a aparecer nua em uma producao cinematografica, no filme "Promises, Promises" realizado no ano anterior ao nosso filme. Outro fato curioso na carreira da atriz : para atuar em seu primeiro filme ela teve que pagar ! Em "Dog eat Dog" ela estava gravida de quatro meses, um dos motivos pelas confusoes nas filmagens, e os diretores tiveram trabalho extra para disfarcar seu estado interessante.
Bizarro, frenetico, louco, sao adjetivos que poderiam definir esse filme tao conturbado. Eu diria que e um cruzamento de Samuel Fuller com Russ Meyer. Ou seja : um noir de baixo orcamento - low budget - com toques de explotation. A historia de tres bandidos que realizam um grande roubo e buscam refugio numa ilha deserta e narrada em ritmo alucinante. Os atores incorporaram bem o clima absurdo e quase surreal da historia e atuaram de maneira embriagante e alucinada. Quando chegam a ilha no Mediterraneo , descobrem que a mesma nao estava abandonada. La encontram uma velha milionaria louca e seu mordomo, careca e gordo, meio louco tambem. Uma parodia da obra-prima de Billy Wilder, "Sunset Boulevard"? . A sequencia inicial e excelente e impactante, digna da abertura de "Naked Kiss " de Fuller -para mim umas melhores sequencias do cinema : Jayne, de babydoll, rolando na cama envolta em milhares de notas de dolares e rindo freneticamente. Muito boa mesmo. O filme , infelizmente ainda nao teve edicao nacional em dvd . Mas na decada de sessenta foi exibido por aqui, inclusive em BH, e mereceu criticas elogiosas do jornal Correio da Manha. O titulo nacional foi "O crime caminha ao meu lado ".