segunda-feira, 12 de março de 2012

Brute Corps - 1972


Depois de assistir um filme como este é impossível não resistir à tentação de comentá-lo. Há uma semana não sabia da sua existência e só após ler, por acaso, uma resenha, em um blog espanhol, Cine de Medianoche, resolvi conferi-lo. Graças ao divino Cinemageddon achei uma cópia, infelizmente ripada de algum VHS francês meio ruim. Pelo que pesquisei já existe edição decente em DVD nos EUA. Menos mal. Direção de Jerry Jameson, de copiosa produção na TV em séries e filmes, mas para a telona poucos filmes. O elenco é composto por caras pouco conhecidas do grande público, para os mais atentos e afeitos ao universo dos filmes vagabundos dos anos 60/70 nem tanto: Paul Carr, Joseph Kaufman e a loirinha Jennifer Billingsley, se destacam no elenco.
A produção de orçamento ínfimo(felizmente). A ação, por exemplo, supostamente se passa no México, mas foi mesmo filmada nas periferias de Los Angeles. E que temos é a perfeita metáfora do grande combate americano que rolou nos anos 60 e virada dos anos 70: hippies “Love and Peace” de um lado, e a guerra do Vietnam, do outro. Dezenas de filmes foram gerados abordando a questão: lembremos “Hair’, por exemplo. Mas aqui o buraco é mais em baixo. Dedos crispados na garganta, prenda a respiração, prepare-se para o chute no saco, ainda bem que você fumou um baseado antes: são as sensações que as imagens do filme causam. Um casal de hippies perambulando pelas estradas mexicanas – ela, adepta do amor livre e das drogas, ele, fugindo do recrutamento para a guerra e pacifista – e viajando de carona. Na mesma estrada um grupo soldados mercenários sádicos, que se dirigiam para algum pais da América Central para um trabalho sujo. No caminho cruzam com um bando de motoqueiros metidos a besta - que numa cena de humor negro - são fuzilados sem dó nem piedade, depois de zombarem de um dos mercenários que cagava sossegadamente. Para azar do casal riponga, o destino faz com que cruzem com o bando de mercenários. Imprudentemente aceitam o convite de um deles – justamente o mais sádico de todos ! – para visitarem o acampamento que haviam montado nas cercanias de um vilarejo. O tipo de convite que estava mais para uma cilada e pesadelo. Os mercenários tarados logo partem para cima da loira sonsa, que é currada por vários – depois que é disputada em um “torneio” - e tratada como um animal sexual; o companheiro depois de ser espancado, consegue fugir. Para a sorte dele, um dos mercenários, Ross, não era um mau sujeito e o ajuda. No vilarejo o hippie tenta obter ajuda do xerife poltrão e dos moradores, sem sucesso. O jeito foi regressar ao acampamento e ,mais uma vez contando com a ajuda de Ross, mata o sádico que mantinha a moça prisioneira. O Hippie, a moça e o mercenário tentam escapam pelas montanhas, com os mercenários no encalço. Nas ruas empoeiradas do vilarejo mexicano se dá o embate final com resultado desesperado , quase “peckinpaniano”.

2 comentários:

Anônimo disse...

oi Fernando, já assistiu ao filme australiano Fair Game 1984? Acho que o estilo é bem próximo apesar de ainda não ter visto!

fernando fonseca disse...

oi raphal, não conheço, mas vou conferi-lo. Gosto muito do cinema australiano.