terça-feira, 17 de julho de 2012
Les week-ends Maléfiques du Comte Zaroff -1976
Michel Lemoine é figura conhecida  -  como ator - para aqueles  que estão  familiarizados com o eurotrash da década de 60 e 70. Coincidentemente meu domingo foi marcado por assistir a dois filmes em que sua presença foi notada. Este que comento, como ator e diretor: o outro, que talvez comente futuramente, uma produção italiana dos anos 60, “Delitto allo specchio” – de 1960 -, onde apenas atuou. Para continuar nas coincidências dominicais a atriz Joelle Coeur é a atriz principal do meu filme, mas  ganhou lugar especial entre as estrelas da sexploitation europeia dos anos 70 com Jean Rollin, e  acabei assistindo também no domingo ao  filme “As Demoníacas”, estrelado também por ela e dirigido por Rollin.  Duas coincidências, portanto. Uma bela mulher, que sumiu do cinema, casou e virou psicóloga na França e enterrou o passado. Michel Lemoine foi um discípulo, aliás, de  Jean Rollin e este seu filme é um bom exemplo dessa influência.  Outra evidente  influência é a dos filmes do  espanhol Jess Franco, compreensível tendo  em vista que Lemoine atuou em vários de seus filmes. Como ator atuou em mais de 50 filmes, e como diretor realizou  28 títulos, muitos deles pornográficos. O título já dá uma dica para o espectador: trata-se de mais apropriação do mítico Conde Zaroff, que teve sua melhor versão em 1932 co-dirigida por Irving Pichel e Ernst  Schoedsack. 
Mas incontáveis versões existem do tema do nobre cujo  esporte favorito  é caçar seres humanos como animais. Na verdade  em meu filme Zaroff é  apenas o neto do monstro e  vivendo isolado em um  castelo, tendo por companhia apenas um criado soturno, interpretado pelo favorito de Jess Franco o ator Howard Vernon, que ,aliás, já interpretou o Conde Zaroff em uma versão realizada por Jess Franco. Bóris Zaroff  é um respeitável homem de negócios parisiense também. E ao  contrário do avô  a sua crueldade é marcada pela  indecisão  e vive  permanentemente mergulhado na fronteira entre a realidade e  a loucura e obcecado pela visão de uma misteriosa e bela mulher. A narrativa  deixa que estes parâmetros se confundam e o resultado é um filme, que como muitos do mestre Jean Rollin, faz  sentido se o espectador abdicar da busca de uma lógica cartesiana e se deixar  hipnotizar. O terror francês dos anos 70 sempre privilegiou essa cadência onírica, basta lembrar  além dos citados filmes de Rollin, trabalhos como “La Papesse” – que já resenhei aqui no blog – ou “Morgana et ses nymphes”, para ficar em dois bons exemplos. Um filme de boa atmosfera, em que a boa trilha ajuda bastante, além da fotografia que abusa de efeitos visuais. A versão americana recebeu um título tolo de “Seven Women for Satan”, absolutamente sem sentido.
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Um comentário:
Eu ganhei esse filme de aniversário, acho muito engraçado.
Tem os ares do Jean Rollim mesmo.
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