segunda-feira, 9 de abril de 2012

Astro Zombies -1969

Vejam um laboratório astro-espacial; vejam loucos corpos estelares; vejam ensandecidos transplantes humanos; vejam brutais mutantes ameaçando mulheres bonitas. Ted V.Mikels e seu parque de diversões - ou circo -no auge do cinema Z dos anos 60 com esta pérola máxima do absurdo cinematográfico. Para muitos tido como candidato sério ao pior filme de todos os tempos. Exagero é claro, até por que o filme tem algumas qualidades:, não tem o pecado mortal da chatura; traz a grande Tura Satana no papel de uma dragon lady mortal com uma arma e trocando de figurino em cada plano que aparece; tem o rei dos astros do filme B, John Carradine, no indefectível papel de cientista louco, e para completar teve o roteiro escrito por um dos criadores de MASH, Wayne Rogers. Precisam de mais argumentos? O cartaz do filme anunciava aquelas maravilhas todas, mas o filme trazia outras mais , numa suma quase completa de todos os temas e gêneros do cinema Z: espiões, cientista maluco, zombies, assistente corcunda (naturalmente),ficção científica, erotismo. Só faltou lobisomem, alien, vampiro e um louco preso no porão. Para costurar todas as atrações desse parque de diversões Z uma história sem pé nem cabeça sobre um cientista maluco que planeja criar uma raça de zumbis espaciais. Claro que a CIA não gosta da ideia e manda uma série de agentes patetas para impedir os planos dele. E entre eles surge Tura Satana e dois capangas, a serviço de alguma potência oriental misteriosa, que pretendem cooptar o cientista para eles. Diga-se de passagem, que o motivo dessa resenha é ela: Tura Satana. Quando do seu falecimento só coloquei uma fotografia aqui no blog e nada mais.
Estava me devendo um filme estrelado por ela. Como a obra-prima de Russ Meyer, “Faster Pussycat” já tem comentários muito mais abalizados, optei por este filme que havia visto há uns 4 anos durante minha estadia nos EUA. Curiosamente não encontrei tanto material assim na net sobre ele, apesar de um filme que consta em qualquer boa enciclopédia psicotrônica gringa. Resolvi revê-lo neste feriado pensando mesmo que seria uma maneira de poder falar um pouco dessa figura singular do cinema B e Z. No mainstream ela só atuou em uma ponta na comédia de Billy Wilder, “Irma La Douce”. Quem der uma examinada na sua biografia na wikipedia, por exemplo, verá que a sua vida foi mais interessante que todos os filmes possíveis que estrelou. Mas o diretor Ted V.Mikels é uma figura, até hoje ainda fazendo seus filmes. Um sujeito simples que pratica um cinema “naif”. E merece uma lembrança, assim como Tura. Seus filmes seriam mais compreendidos e admirados, imagino nos tempos de Mélies, talvez, quem sabe? A fama de “so bad,so good” com certeza o manteve vivo, assim como seus contemporâneos infames que não tiveram a sorte de serem biografados por Tim Burton ( já falei disso aqui, presumo) mas que resistem graças a mentes distorcidas como a minha e tantas outras por este sertão espacial virtual. Último representante do cinema Z, uma autêntica atração de um parque de diversões temático, assim é Ted V. Mikels, quase tão bizarro como um personagem de seus próprios filmes.

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