domingo, 16 de outubro de 2011

Mantis in Lace aka Lila - 1968

Ultimamente tenho derivado muito as resenhas em torno de filmes americanos exploitation realizados nos anos 60, e fui perceber que coincidentemente a maioria lidava com strippers, hippies malucos, drogas, dramas urbanas no submundo. Eu vou aqui lembrar outro, não muito citado ou lembrado, e nem muito elogiado, diga-se de passagem, na maioria das resenhas que fucei. Esse foi dirigido por William Rotsler, um cara talentoso no universo da HQ pelo que andei pesquisando, e dirigiu poucos filmes, todos nesse nicho da sexploitation underground. O filme circulou em duas versões, uma com mais cenas de sexo, e outro mais palatável para olhares mais pudicos. Suponho que a versão que tenho é a primeira a julgar por algumas cenas. E é conhecido também pelo titulo de “ Mantis in Lace”. Um filme curto, até porque a trama não abarca muitos personagens. Temos uma stripper, Lila, interpretada por Susan Stewart- atriz que só foi protagonista nesse filme - que é uma autêntica roubada para os marmanjos atrás de sexo fácil: depois de atraí-los para um armazém, toma de um ácido, e no meio da trip pega uma chave-de-fenda ( sempre ao lado do leito), e fura o babão, retalha-o, encaixota-o e o larga em qualquer lugar. Ninguém reparou, mas o modus operandi da moça é semelhante ao utilizado por Catherine Tramell : sim, a personagem interpretada por Sharon Stone, em “Instinto Selvagem”, quando ela usava um furador de gelo para matar os incautos. Pode ser só uma coincidência. Dois policiais são encarregados do caso, e como um deles diz ao outro: “vamos pesquisar naqueles ambientes que os hippies gostam de frequentar, como casas de strippers e bares”. O primeiro trucidado pela gata era um hippie bem típico. Depois, num dos momentos divertidos do filme, ela atrai um psicanalista mais velho e como aconteceu com o rapaz anterior, ele vai terminar cortado em pedaços numa caixa, não sem antes tentar analisá-la. O filme até vai se desdobrando de maneira interessante, com muitas cenas de strip-tease, ou nas ruas de LA , onde podemos até ver um neon anunciando um show do Procol Harum, mas de repente somos brindados com uma longuíssima cena de sexo entre o barman do clube e uma dançarina. Uma cena realmente sem pé-nem-cabeça e possivelmente colocada apenas para aumentar a metragem, já que ela não tem nada a ver com a trama. A música tema “Lila”, que ela deixa rolando antes de cometer os crimes, é digamos assim, outro detalhe aborrecido, e ela é tocada umas 5 vezes ao longo do filme. A fotografia esteve a cargo de Lazslo Kovacs, que alcançaria fama anos depois com “Easy Rider”. No balanço final, um filme curioso.

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