quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

The Bonnie Parker Story- 1958


“Eu descobri diretores que gosto ,mas William Witney está acima de todos eles. Eu acho que ele é legal porque começou como rei dos seriados de faroeste e terminou fazendo blaxploitation.Isto é uma carreira, cara”-Quentin Tarantino.
William Witney, objeto da admiração fervorosa de Tarantino, começou sua longa carreira no cinema, nos anos 30 dirigindo seriados. E logo se destacou dirigindo alguns dos melhores. Passaria em seguida para o faroeste de baixo orçamento, principalmente filmes com o astro cowboy Roy Rogers e seu cavalo Trigger. Nao confinou a carreira nos westerns e nos anos cinquenta chegaria a dirigir alguns filmes sobre deliquência juvenil e rock`roll . E como já assinalou o diretor de “Bastardos Inglórios”encerraria a carreira dirigindo filmes de blaxploitation ! Uma carreira peculiar, sem dúvida !
“The Bonnie Parker Story”, foi dirigido no período mais fertil da carreira do diretor, nos anos cinquenta. No Brasil foi exibido com o título de “Gangsters em fúria”e foi inclusive exibido aqua em Beagá, no tempo em que haviam cinemas em quase todos os bairros da cidade. Bons tempos que não voltam mais, como diria um saudosista . E este pequeno filme, com pouco mais de 70 minutos, é um exemplar simpático dos bons tempos do cinema B. Estamos aqui diante de um protótipo do gênero que teve justamente seu auge nos anos 50: orçamento exíguo, atores obscuros e de terceira categoria, e uma trama sensacionalista. . Aqui por exemplo estamos de uma recriação fantasiosa da juventude da bandoleira Bonnie, imortalizada no cinema classe A Hollywoodiano, no filme “Bonnie e Clyde “de Arthur Penn., realizado alguns anos depois. Nada do glamour do casal central desse filme e provavelmente todo o orçamento do filme de Witney seria suficiente apenas para pagar o salário de alguns membros menores da produção. . Mas com todas essas limitações normais da produção B, William Witney demonstrou sua capacidade. E se nao temos aqui Faye Dunnaway, temos no entanto Dorothy Provine, ilustre desconhecida para muitos cinéfilos e amantes do cinema, mas aqui arrasando e dominando o filme como a gangster dos anos 30, Bonnie Parker.. Ela é sexy, selvagem, mortalmente perigosa, doce e petulante. Esplêndida. E reza a lenda que ela ganhou esse papel apenas tres dias depois de chegar à Hollywood. Infelizmente a carreira dela nao deslanchou e ficou confinada a filmes de TV, filmes B e pontas em algumas produções maiores, a mais conhecida em “A Corrida do século “de Blake Edwards. Quentin Tarantino classificou Witney como um estilista visual, claro e preciso. “Você tem que ter realizado filmes por 30 anos para ser capaz de mover uma câmera tao despretenciosamente “E nao é que ele tem razão nos elogios ? : para narrar a saga da delinquente Bonnie e seus dois comparsas e amantes. , Witnet é preciso nas soluçoes visuais e narrativas. Outro clássico do cinema B e do cinema, “Gun Crazy”de Joseph H. Lewis guarda várias semelhanças para além da tem;atica comum a ambos. Basta ver as sequências das perseguiçoes aos bandidos no pântano. Prova do virtuosismo visual de Witney.. O filme tem aspectos singulares: a açao se passa nos anos 30, mas o vestuário e o visual remetem aos anos 50; alguns cenários internos se repetem ao longo do filme ( as casas aonde eles se refugiam sempre tem a mesma decoração. Detalhes que nao tiram o brilho do filme.

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