Novamente dando um toque sobre o cinema argentino, sempre ótimo. Meus dois primeiros posts foram sobre eles, e o primeiro havia sido sobre um filme do diretor Emilio Vieyra. Fiquei sabendo ontem que ele faleceu recentemente, e tô aqui agora relembrando outro filme que realizou. Este aqui foi seu terceiro filme, um dos dois que realizou com Libertad Leblanc, a rival de Sarli, nas imaginações pecaminosas dos latinos americanos da década de 60 e 70. Estava lendo em algum lugar, enquanto pesquisava sobre outro filme que pretendia resenhar, que a atriz esteve no Rio de Janeiro no fim da década de 60, foi ao programa do Chacrinha e até foi homenageada por Roberto Carlos e dançou com ele na TV. Ela tem um blog e comenta o evento. Emilio Vieyra deixou uma penca de filmes curiosos, alguns até mereceram edições americanas, com temas espinhosos e controversos. . Em sua obra o sexo, as drogas, o transexualismo, mas também uma visão política de direita( era anticomunista) são elementos constantes em filmes que iam do policial, erótico, terror até a ficção científica. Foi o primeiro a colocar em cena um travesti em um filme argentino, justamente no filme que resenho, isso em 1963. Um espanto para a época: hoje qualquer novela da Rede Globo tem um seja nas seis ou das sete, e não choca mais.
Apaixonado pelos filmes policiais americanos, hoje conhecidos como noir, Emilio Vieyra seria um equivalente no cinema ao que foi Robert Arlt na literatura argentina, guardadas as devidas proporções. Mas para muitos ele foi mesmo o Roger Corman argentino. Nada mal a comparação afinal de contas.
“Testigo para um Crimen” é um policial interessante. Começa até meio rotineiro. Martin, chega a Buenos Aires querendo vingar a morte do irmão. Os indícios o levam a uma boate cujo proprietário Otero, é um gangster e traficante de drogas, para quem o irmão trabalhava. Entra em cena Libertad no papel de Blondie, cantora e amante do gangster. Assumindo a persona de um milionário o rapaz ganha a confiança do gangster, torna-se amante da loura, tudo para desvendar o mistério da morte do irmão. À medida que o filme se desenrola o que parecia previsível se revela bem mais complexo. Além da trama com um final imprevisível, destaca-se a direção estilosa, com ângulos e planos inusitados. De brinde a beleza de Libertad Leblanc e uma ótima trilha de Victor Bochino, que insere aqui e ali acordes de bossa nova na trilha cool.
2 comentários:
parece bem interessante, onde conseguiu este?
este acho que foi no cinemageddon, mas tente no emule, que talvez tenha...obrigado.
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