sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sigfrido - 1957

Uma versão italiana para a lenda de Siegfried e os Nibelungos foi mesmo algo que eu não imaginava encontrar algum dia. Eu conhecia versão genial de Fritz Lang, que tive o prazer de assistir no antigo cineminha do Goethe Institut; descobri que, posteriormente, os alemães fizeram outra versão da lenda, já nos anos 60. Infelizmente ainda não a consegui com legendas legíveis, já que não entendo lhufas da língua de Goethe. Mas esta versão dirigida por Giacomo Gentilomo em 1957 me era inteiramente desconhecida. Bati na madeira. Um peplum de uma lenda germânica? Bem, infelizmente deveria ter dado mais pancadas na madeira. Adoro a história: li a Saga Islandesa, com a lenda original nórdica, “A Saga dos Volsungos”, li depois “O Canto dos Nibelungos”, poema alemão escrito na idade Média, e já com influência da literatura do ciclo arturiano. A história me fascina desde criancinha, pois ganhei uma coleção em 7 volumes só com narrativas de mitologias do mundo todo, e um dos volumes era dedicado à lenda de Siegfried e sua espada mágica. A produção italiana já apresenta os cacoetes do gênero peplum que ganharia força na década seguinte e inundaria os cinemas com gladiadores, heróis mitológicos, monstros, deuses, imperadores romanos e muito mais. Como eu temia, os roteiristas tomaram muitas liberdades com a história original: ignoraram o início da saga, aonde se narrava a história dos Volsungos, a morte de Sigmund, pai de Siegfried, e ignoraram o espetacular final com a vingança de Kriemhild, entre outros vários detalhes. O herói Siegfried é aqui neste filme um guerreiro aborrecido, fanfarrão e francamente estúpido: não tem nenhum cuidado em revelar o segredo da sua invulnerabilidade para Hagen, seu inimigo! Francamente, o rapaz era um tolo e paga caro por isso. Teria sido pior, é verdade, se os americanos tivessem realizado a adaptação, sem nenhuma dúvida, não? Apesar dessas mudanças, o básico da lenda, que, aliás, tem várias versões, é preservado e o filme tem seu encanto. Não chega aos pés dos filmes de Lang, quase desnecessário frisar, fica claro que o diretor tentou ao máximo emulá-los em várias sequências, sem muito sucesso: a obra de Lang foi, afinal de contas, uma superprodução, fascinante em todos os aspectos, e a italiana teve uma produção bem mais modesta.

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