sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

The Candy Tangerine Man - 1975


Um desses filmes impensáveis de serem realizados nos dias atuais na velha América. Politicamente incorreto até o pescoço, a saga do gigolô Black Baron(John Daniels) alterna-se entre o cômico chulo e a violência. As ruas de Los Angeles são seu reino e as prostitutas da Sunset Strip sob seu controle. Em seu Rolls Royce envenenado vermelho e amarelo “cheguei” ele não perde a banca. Os negócios vão bem, as meninas estão arrecadando e ele até se dá ao luxo de comprar uma prostituta índia de um gigolô rival e a deixá-la ir embora. Este é um dos lados da vida de Baron, o outro lado ninguém desconfia: durante alguns dias da semana, ele despe seus trajes de gigolô, e se torna um simpático e decente sujeito, com sua casinha no subúrbio, uma mulher dócil e filhos, vizinhança normal. Uma vida dupla. Mas nem tudo são flores no reino do nosso “pimp” Black Baron: dois tiras brancos não o deixam em paz, e Dusty, um gigolô rival e doidão cheirador de coca, inicia uma onda de ataques contra suas garotas. Na guerra que se segue não faltam cenas de sadismo: um dos gângsteres simplesmente corta um dos seios de uma das garotas; e a vingança de nosso “herói” não fica por menos em termos de violência: ele despedaça uma das mãos do bandido. A trama vai seguindo, um tanto confusa, pelas mãos do diretor Matt Cimber. Ainda na ativa, o diretor passou a história por ter sido o último marido de Jayne Mansfield, e também diretor do último filme dela; outro fato pitoresco na carreira é o filme “Butterfly”, considerado um dos piores filmes de todos os tempos, e olha que Orson Welles estava no elenco! Com um pedigree desses era de se imaginar que o nosso filme fosse uma bomba black, mas a verdade é que o filme se não chega aos pés dos clássicos do gênero , tem seu charme. Quase desnecessário dizer que a trilha, a cargo da banda Smoke, é chapante. O visual é bem setentão, calças boca de sino, cabelos afro. Ironicamente os créditos anunciam que prostitutas reais participaram do filme. Um detalhe a mais que compõe o panorama desse blaxploitation grotesco , curioso e bem divertido. Lembrando ainda que Matt Cimber tem outros dois filmes no gênero em sua carreira.

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