domingo, 1 de janeiro de 2012
Viy - 1967
Há algum tempo enrolando para assistir este filme russo, ou melhor, soviético, pois na época ainda era a URSS, poderosa rival dos EUA, e grande produtora de cinema também.E valeu a espera. É uma adaptação de um conto do gigante da literatura Nicolai Gogol, tido ao lado de Puchkin como o pai da literatura russa. O mesmo conto daria origem ao clássico italiano do terror, “A Máscara do Demônio” de Mário Bava. Só que aqui , ao contrário da adaptação italiana, extremamente infiel, temos um respeito quase canino pela obra do autor de “Almas Mortas”. Os diretores Georgi Kropcyov e Konstatin Yershovn conseguiram, com a ajuda de uma excelente direção de arte, recriar o clima maravilhoso da narrativa em todo o seu esplendor. Um seminarista e dois amigos buscam abrigo noturno em uma cabana no meio do nada. Uma velha bruxa ataca o seminarista Khoma e o deixa quase louco, depois de uma viagem alucinante pelos ares, em que a bruxa o usa como uma cavalgadura. Ao pousar ele consegue espancar a velha bruxa, que miraculosamente se transforma numa linda moça e retorna ao seminário, deixando-a agonizando. Alguns dias depois é convocado a prestar os últimos sacramentos à filha de um cossaco, que havia exigido sua presença. Mas ao chegar à fazenda, já encontra a moça morta e é obrigado pelo pai, a velar três noites o corpo dela. E para seu azar descobre que a moça, não era outra senão a velha bruxa que o havia atacado. E as três noites de vigília se tornam três noites de pesadelo cada vez mais apavorantes. A estrutura do filme obedece à lógica dos contos maravilhosos de fada, mais do que de um filme de terror, e daí seu profundo encanto. Uma atmosfera onírica que impregna cada fotograma. Imagino que um Tim Burton deve ter se inspirado demais nele para compor alguns de seus filmes. Uma autêntica joia soviética.
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