quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Violentata sulla Sabbia - 1971
O título original (violentada na areia) sugere uma sexploitation tradicional italiana, com muita mulher tirando a roupa sem nenhuma razão plausível: mas quando assistimos as sequências iniciais o pensamento é outro: mais um giallo com fortes doses de sexo? Após os créditos, as cenas vão se sucedendo tranquilas, serenas, quase bucólicas, e ficamos ali esperando que a qualquer momento exploda a violência, apareça um assassino nas sombras com uma navalha ou uma tesoura e comece a matança;e nada das duas simpáticas e belas mulheres tirarem a roupa. É verdade que vão para uma praia semideserta na Sardenha, mas de seus corpos no espectador não usufrui mais do que o que vemos em qualquer clube ou praia. O filme do desconhecido Renzo Cerrato, estrelado pela bela Carol André, tem o prazer de destruir as expectativas apelativas. Sim, é claro, que sexo e violência está subjacente à trama. O tema é a iniciação sexual de uma jovem ainda virgem. Vanina - belo e Stendhaliano nome- ainda garotinha viu pai ser assassinado, e a mãe estuprada e morta também. A selvageria da cena traumatizou-a e praticamente bloqueou seus desejos sexuais. E será através de uma violência simulada que ela vai despertar para o amor: nos braços de um desconhecido, do qual ela sequer fica sabendo o nome, finalmente rompendo os traumas numa violação consentida nas areias de uma praia deserta. Surpreende saber que o diretor só realizou apenas outro filme além desse aqui. Uma bela fotografia, embalada por uma trilha suave, uma narrativa de cadência suave, a câmera atenta aos pequenos detalhes, devaneando preguiçosamente, introspectiva e poética. E longe de resvalar para o chulo temos um erotismo diáfano quase inocente, apesar do tema de alguma maneira ser escabroso. Em suma, um filme sensível e cálido
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