domingo, 18 de dezembro de 2011

The Burglar- 1957


Um noir confinado nas prateleiras da história do gênero, ainda a espera de uma edição decente. Cronologicamente um dos últimos exemplares do gênero, que seria encerrado gloriosamente alguns anos depois com Orson Welles em “A Marca da Maldade” e quando foi lançado o “noir” já era um gênero agônico. Paul Wendkos, o diretor, não fez uma carreira muito conceituada, em seu currículo só consta um filme relevante já nos anos 70, “The Mephisto Waltz”, mas este aqui tem suas qualidades e elementos que o distinguem. Comecemos pelo roteiro escrito pelo romancista “pulp” David Goodis, a partir de um romance da sua lavra; e o elenco tem Dan Dureya, ícone do gênero, em dos seus raros papéis de um cara simpático, mesmo que aqui seja um ladrão; outra figura relevante no elenco é a querida do blog, Jayne Mansfield, em um papel dramático, uma faceta não muito conhecida do seu trabalho. E a direção de Wendkos é estilosa, com ângulos de câmera inusitados, evidentemente influenciados fortemente pelo gigante Orson Welles. O início do filme, diga-se de passagem, é um decalque de “Cidadão Kane”, com um noticiário em um cinema, a respeito de uma evangélica e seu colar no valor de 150.000 dólares, que então desperta a cobiça de um ladrão de jóias fuleiro. O roubo do colar dura 15 minutos - filmado em tempo real - e entra em cena uma misteriosa mulher, interpretada por Martha Vickers, fazendo as honras da loura fatal. A trama envolve ainda a quadrilha, a irmã de criação do ladrão e que nutre uma paixão secreta e incestuosa por ele, e um policial corrupto que tenta se apossar do colar. Não é uma obra-prima do gênero certamente, mas é um pé de página que merece uma conferida.

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