Comentei recentemente um filme dirigido por Ernesto Gastaldi, mais conhecido como roteirista no cinema italiano e reviso agora um dos seus roteiros que foram ao écran. Aqui pelas mãos do diretor Giuliano Canimeo, que fez carreira dirigindo dezenas de westerns, filmes de aventuras, policiais e um giallo. Apesar de extensa é nome esquecido quando citam nomes de diretores italianos. Eu mesmo confesso que não lembrava seu nome, apesar de ter em minha coleção seu único giallo. A primeira razão por ter me aventurado nesse filme foi mesmo a presença da atriz Edwige Fenech, que às vezes acho a mais bonita atriz italiana de todos os tempos. É páreo duro se pensarmos em Cardinale, Loren, Rossi Drago, Vitti, Stefania Sandrelli, Laura Antonelli e outras que me escapam agora da memória. Ver um filme por causa de uma bela mulher não deixa de ser um motivo digno. Aliás, quantos e quantos filmes não foram feitos apenas para aproveitar a beleza de uma bela mulher? E felizmente o filme estrelado pela diva, foi além de apenas um desfile da sua beleza e surpreendeu-me agradavelmente. Edwige, mostra com sobras que era muito mais do que um corpo e um rosto maravilhosos, e tinha talento dramático sim.
Um filme, aliás, difícil de classificar, razão talvez de sua relativa obscuridade. Começa como um thriller policial italiano típico dos anos 70, quando vemos as sequências iniciais uma dupla de gangsteres sofrendo uma tentativa de assassinato. Uma cena banal nesse tipo de filme italiano daqueles tempos O mafioso, com cara e jeito de um Mick Jagger, é Guido( Conrado Pani), e seu boss, interpretado pelo americano Richard Conte, sugere que desapareça por uns tempos. Ele vai buscar refúgio então em Bergamo, uma cidade menor da Itália, e lá conhece Anna(Edwige Fenech) um simples caixa de um café, e que vive com os pais. Encantado pela sua beleza e simplicidade acaba seduzindo-a e se envolvendo com a moça, que fica apaixonada por ele. Em rasgo de caráter o bandido até tenta avisá-la que não era boa bisca..Bem, se ela seguisse a dica não haveria o filme,certo? Que parece enveredar agora na direção de uma sexploitation tão comum nos anos 70 na Itália, muitas cenas de nudez e erotismo. O mafioso arrasta a incauta para seu mundo de violência, drogas e a leva ao caminho da prostituição. A gravidez inesperada de Anna, a prisão de Guido, dá a ela oportunidade de escapar daquele mundo. Refugia-se em Roma, arruma emprego em uma livraria, tem o filho, e a vida parece voltar a lhe sorrir na figura de um novo amor, um simpático médico que havia salvado a vida do seu filho. O filme há muito deixou de ser um thriller e entra no terreno do melodrama, de onde não sairá até o seu epílogo. Mesmo com esse quase exagerado crossover de gêneros, o diretor consegue sustentar uma boa narrativa, ajudado pela bela fotografia e trilha sonora, resultando em filme que prende o espectador até o seu desenlace um tanto quanto meloso, é verdade.
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