segunda-feira, 23 de abril de 2012

Android - 1982

No mesmo ano do badalado e hoje clássico ” Blade Runner “ era lançada esta interessante ficção-científica, que, no entanto não obteve a mesma sorte na posteridade em termos de prestígio que aquele obteve. Mas recebeu elogios na época de gente como George Lucas, que o classificou de inteligente e relevante. Um orçamento ínfimo e filmagens que duraram apenas quatro semanas. No elenco um nome de peso: o ator Klaus Kinski. Mas a produção modesta, com efeitos primários e cenários roubados de alguma produção maior se não conseguiu estragar o filme, talvez tenha impedido maior repercussão. Para se ter uma ideia da tosqueira da produção sem muito esforço o espectador pode até ver algum microfone pendurado no canto da tela. Com todos estes defeitos ainda assim, no meu ponto de vista, um exemplo perfeito de que uma boa e inteligente história pode driblar as carências técnicas. Estamos no ano de 2036. Um androide Max 404(Don Keith Opper) e um cientista esquisito, Daniel (Kinski), com um quê de Dr. Frankenstein, sozinhos em uma estação espacial próxima à Terra. Três criminosos fugitivos buscam refúgio na estação. Um deles, uma mulher, perturba o androide que nunca havia visto uma. Projetado pelo cientista estava destinado a ser desativado, pois outro modelo mais eficiente a caminho: uma mulher, na verdade. Muitos sonhos povoavam a mente cibernética do androide
Seu tempo livre na estação era ocupado em assistir antigos filmes – entre os quais “Metrópolis” de Lang -, ouvir soul music sixtie e o sonho de conhecer nosso planeta. Apaixonado pela mulher ele passa a ajudar os criminosos na estação. Mas a trama vai muito além e reserva boas viradas até o final surpreendente. É curioso pensar que o final sugere involuntariamente que o filme poderia ser um episódio do citado primo rico “Blade Runner”, algo assim como a história dos androides antes deles chegarem ao nosso planeta. Outro aspecto que chama atenção é o humor que vai até nos créditos: o ator que interpreta o Max 404 não é citado e é indicado que ele seria um androide realmente. Um dos roteiristas, aliás, é o ator que o interpreta. Boa trilha de Don Preston, que em alguns instantes lembra a de Vangelis para “Blade Runner”. O diretor Aaron Lipstadt, foi “cria” de Roger Corman, mas depois de dois longas optou pela TV, onde construiu uma sólida carreira. A produtora do filme a New World Pictures, de propriedade do citado Roger Corman. A boa dica: o filme tem completo no YouTube e vale a conferida.

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