sexta-feira, 4 de maio de 2012
Groupie Girl - 1970
É curioso que no universo da sexploitation o tema da groupie não tenha gerado um subgênero, mas apenas esparsos filmes. Afinal é o tipo de tema que permitiria a cineastas e produtores inserirem à vontade muito sexo, drogas, e é claro rock’roll, além de outras coisas apelativas . Mas conta-se nos dedos os filmes abordando este mundo particular que teve o auge entre meados dos anos 60 e meio da década de 70.Tempos de orgias monumentais que viraram lendas protagonizadas por Led, Stones, Who e outras bandas .Um filme apenas sobre o tema chegou ao mainstream, já bem mais recentemente, “Almost Famous” de Cameron Crowe, que no fim das contas não era um filme que focava apenas nas groupies, mas na vida do rock na estrada em geral. Uma groupie como Pamela des Barres até adquiriu respeito: virou jornalista, atuou em alguns filmes e escreveu vários livros sobre a vida dela e das amigas nas estradas e leitos do rock. O filme aqui teve direção de Derek Ford, que mais tarde enveredaria pelos filmes pornográficos. O roteiro foi inspirado nas experiências reais da groupie Suzanne Mercer, que colaborou também no roteiro. Este detalhe conferiu ao filme um sabor mais autêntico e menos glamourizado do que o citado- e ulterior - filme de Cameron Crowe. Sally, a groupie girl do filme ganhou interpretação da bela Esme Johns, que desapareceria do cinema após este filme. Uma pena, porque atuou bem aqui e era uma gata.
Será que a experiência de rodar o filme a traumatizou? Não duvidaria. De qualquer modo o que temos é o retrato de uma jovem de interior fascinada pelo universo roqueiro, e entediada com a vida medíocre que levava. Depois de um show foge para Londres na van de uma banda e torna-se amante do cantor. Logo será descartada como um par de pantufas velhas e assim vai de banda em banda, de van em van, de sofá em sofá, de drogas em drogas, um estupro aqui e ali para variar. No fim cai na real e percebe que aquela vida era tão chata quanto a vidinha que levava na cidadezinha de interior. Os roqueiros no filme são tratados como um bando de jecas e rodeados por empresários quase bandidos. Em suma: um universo escroto, triste e doentio. Não muito diferente da obra-prima “Performance” de Donald Cammel e Nicholas Roeg, estrelado por Mick Jagger, que resenhei há tempos aqui mesmo, talvez o melhor retrato daquela época na Inglaterra. A trilha coube ás banda Opal Butterfly - desconhecida hoje - e que tinha na bateria um futuro membro do Hawkind , e English Rose, igualmente esquecida. David Byron, do Uriah Heep foi coautor de três canções do filme. Uma boa trilha, diga-se de passagem.
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