quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Ciao ! Manhattan - 1972
Edgie Sedgwick passou como um sopro pelos anos sessenta e desapareceu de maneira triste, dormindo, em 1971, esquecida, na Califórnia. Oriunda de uma família rica foi para NY e caiu nas garras de Andy Warhol e sua factory. Ali circulou , tornando-se uma pequena celebridade, uma espécie de Paris Hilton da época. Pode ser vista na contracapa do disco da banana do Velvet. Foi ela, aliás, a inspiração para a música “Femme Fatale” do mesmo disco, composta por Lou Reed,a pedido de Andy, para promovê-la .E nessa época, em 1967, começou a participar de um filme co-dirigido por John Palmer e David Weisman. As filmagens resultaram em uma sequência de situações caóticas de toda espécie e o filme não foi concluído. Edie caiu fora da turma, sem abandonar as drogas: vivia 24 horas chumbada. Depois de perambular algum tempo por Manhattan se envolvendo aqui e ali com alguns roqueiros foi buscar refúgio na casa dos pais e sumiu. Cinco anos depois a dupla resolveu prosseguir o filme e a reencontraram ainda pior do que antes, com a saúde física e mental detonandas.Para dar alguma coerência à trama inseriram a história de um surfista que está se dirigindo a Malibu, e socorre uma jovem chapada na estrada: Susan Superstar, alter-ego de Edie , e graças a uma etiqueta pendurada no pescoço dela descobre o seu endereço e a leva para casa . As imagens do filme inacabado, cenas de Edie com um namorado se drogando, foram inseridas como flashback.
O resultado é uma hidra caótica e bizarra, mas que exerce um fascínio necrófilo e perverso. Quase um documentário ficcional , é que temos, dos últimos dias da aspirante à atriz e modelo, engolida pela máquina sixtie nova-iorquina barra pesada, e cuspida depois, com os resultados que o espectador que se e aventurar pelo filme poderá perceber. Ainda na fase de pós-produção ela faleceu vítima de uma intoxicação de barbitúricos. Havia se casado meses antes: as imagens reais do casamento estão no filme. É evidente que a moça atuou nas sequências coloridas do filme completamente drogada. A dupla, de diretores, como era de se esperar, foi bastante criticada pelo filme: julgaram-no uma apelação em cima da imagem da coitada. Bem ou mal o filme se sustenta como um retrato de um belo fracasso que foi Edie Sedgwick e da contracultura nova-iorquina dos anos sessenta. Trinta anos depois da última exibição pública -sintomaticamente em Amsterdam -,o filme ganhou edição americana em DVD, ainda inédita no Brasil.
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