Em plena decadência do regime franquista, o basco Eloy de la Iglesia realizou esse bom thriller com Carmen Sevilla, Patty Sheperd e Dean Selmier no elenco. Um dos bambas atuais do cinema espanhol Alex de la Iglesia, tem o mesmo sobrenome em sua homenagem. Basco como ele, diga-se de passagem. A obra desse diretor consiste em apenas 23 filmes. Faleceu em 2006. O filme resenhado aqui foi seu primeiro grande sucesso, merecendo edição em inglês, “The Glass Ceiling”, aliás, a cópia que vi foi em inglês. O diretor alcançaria renome ainda por haver realizado em 1977, o primeiro filme de temática gay na Espanha, “Los Placeres Ocultos”.
Uma trama que se desenrola estudada, lenta, mas com suficientes elementos que deixam o espectador em suspense. É evidente que nada ali é exatamente o que parece ser. O início é quase idílico, sugerindo uma trama leve. Um thriller erótico talvez? A mocinha de bicicleta entregando leite para os moradores de uma casa, transformada num conjunto de apartamentos. Os cães no canil. O marido despedindo-se da esposa apaixonada. Logo esse cenário bucólico vai se desdobrar em camadas e camadas de densidade. Marta (Carmen Sevilla) a esposa, começa a perceber que algo não está como deveria estar nesse cenário. Mas tudo poderia ser afinal de contas apenas um delírio dela, carência sexual talvez? Um quê de Polanski aqui, Hitchcock ali, e o diretor basco vai descortinando com segurança o redemoinho de angústias em que se meteu a coitada da esposa. E ai se revela o grande truque do diretor: somos não só espectadores insensíveis ou não ,dessa angústia, mas cúmplices
2 comentários:
olá amigo sou carlosm42 do Space Monster, seu blog é de ótima qualidade, aprendi bastante lendo suas matérias, fiquei curioso com vários filmes que vou procurar, vou colocar seu link nos blogs amigos, se tiver um banner me avise que eu coloco.
Um abraço, e tudo de bom !
obrigado, eu naõ tenh banner...seu blog é otimo e já riéi muito filme dele..parabéns.
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