quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Arabella L'Angelo Nero - 1989


Fruto tardio de um gênero agonizante, o particularíssimo giallo , esse obscuro filme do diretor Stelvio Massi fará as delícias dos amantes de filmes esquisitos e sórdidos. Na década de 80 o gênero, que teve sua glória na década de sessenta e setenta, estava praticamente morto, substituído pelos thrillers eróticos. Nosso filme em questão, apesar de inserir elementos do novo subgênero, respeitava alguns elementos do giallo: principalmente o assassino utilizando para seus crimes uma tesoura, marca registrada do gênero. Mas a atmosfera típica e tremendamente datada, diga-se de passagem, da década de 80, está presente o tempo todo: figurinos, luzes neon e a trilha eletrônica. Cronologicamente pode ser considerado um dos últimos “giallos” realizados. A cópia que assisti estava dublada em inglês, infelizmente, mas ao que tudo indica não foi cortada, pelo menos isso. A estrela do filme é a playmate Tini Cansino, gata e objeto de desejos dos italianos na década de 80, de origem grega. O sobrenome “fake” sugeria um possível parentesco com Rita Hayworth, cujo nome verdadeiro era Rita Cansino: ganhou o “cansino” pela semelhança com a americana. Fez poucos filmes e se retirou logo depois do meio artístico, sem deixar traços, mas alguma saudade. Em “Arabella” ela é a esposa de escritor preso a uma cadeira de rodas, devido a um acidente no dia do casamento: inebriado pelo “blowjob” da esposa, bateu o carro! Para satisfazer seu apetite sexual só restou à esposa carente se transformar à noite em uma lúbrica ninfomaníaca, percorrendo locais sórdidos à procura de sexo. Numa batida policial é presa, confundida com uma puta, mas o policial, bonzinho depois de estuprá-la a deixa ir livre. Mas para o seu azar deixou a bolsa cair e se vê chantageada pelo tira, sendo obrigada a se entregar mais uma vez a ele, em sua própria casa. Flagrada pelo marido, ela mata o policial. A partir daí o marido, sugere que ela continue suas escapadas sexuais, utilizando-as como tema para seu novo romance “O Anjo Negro”. Para investigar os crimes que começam a acontecer após cada encontro sexual da moça, é designado uma detetive lésbica, com um passado cheio de dubiedades. A trama inclui uma boa quantidade de reviravoltas no roteiro. Mas a identidade do assassino, eu pelo menos, adivinhei logo: o que não estraga o filme, ok? Interpretando o escritor temos Francisco Casale, figura conhecida em filmes de Tinto Brass. As cenas softcore de sexo são boas: Tini Cansino estava no auge da beleza é um dos motivos para tornar o filme um “must” para, como eu disse, apreciadores de filmes “sleazy” e “kinky” como esse.

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