quinta-feira, 8 de março de 2012
Hell Bound - 1957
Outro “pequeno” noir que comprova asserção citada aqui mesmo, de que é em um pequeno e "vagabundo" filme que, muitas vezes, encontramos insights do bom cinema. Orçamento exíguo, atores desconhecidos ou inexpressivos, diretores esquecidos pelos cultores do “cinema de autor”, o que vale aqui é a criatividade, talvez uma sequência somente, um plano, a presença de uma atriz do qual nunca ouvimos falar antes ou uma boa sacada de roteiro. Este thriller rápido – 69 minutos – é um bom exemplo. Direção de William J. Hole Jr. 25 filmes no currículo, terminou a carreira dirigindo a série “A Mulher Biônica”, lembram- -se? Os mais velhos lembram-se dela. Diga-se passagem que o filme resenhado aqui foi um dois filmes que dirigiu para a tela grande! O início não prometia muito: parecia que estava diante de mais um dos muitos filmes “noir” dos anos 50, que utilizavam uma narrativa pseudo- documentário. A narrativa em off vai narrando o que parece ser um golpe em um navio da marinha americana, que termina com o roubo de um pacote de narcóticos valiosos. Fade-in e surpresa! Este cinejornal não passava de um filme encenado por um malandro, o ator John Russell, que com que este recurso estava procurando convencer uma companhia desonesta a apoiar seu golpe encenado. Nosso pilantra era também um cineasta. O espectador é convidado a mergulhar em um thriller metalinguístico inimaginável. Mas entra em cena, se oferecendo para participar do golpe, um elemento perturbador e inesperado : a sensacional namorada do chefão da empresa, Paula, interpretada pela sexy June Blair. A gata foi playmate em 1957. Faz muito tempo.
Estava no auge da beleza no filme :uma sensualidade exuberante. No começo ela é parece ser mais uma típica loura candidata a “femme fatale” de filme noir: se finge de enfermeira – exigência do golpe -, abandona os vestidos e joias, vai morar num apezinho vagabundo com a cumplice do golpista. Mas tinha pendores ninfomaníacos e vai dando de cima de quem estava na frente. E inesperadamente cai de amores pelo colega de trabalho, motorista de uma ambulância, interpretado pelo conhecido Stuart Whitman. É evidente que a história de amor leva o filme/golpe perfeito para o buraco , pois com o amor chegam as crises de consciência. O nosso “diretor” não havia ensaiado muito bem os seus atores golpistas e como seria de se imaginar filme e realidade traçam caminhos opostos e tudo termina em pesadelo, em poeira, em nada.
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