sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Neither The Sea Nor the Sand - 1972
O clássico conto de terror inglês “A Pata do Macaco” de W.R .Jacobs narra a história de uma pata mágica de macaco que podia conceder até três pedidos. Uma mãe ao saber que o filho morrera durante uma tempestade em alto mar, pede então que ele volte à vida. O final é tenebroso: a tempestade uivando lá fora, os pais dentro da cabana, alguém (o filho morto?) bate à porta e o pai apavorado atira a pata no fogo fazendo o último desejo: que o filho desapareça. Este obscuro e quase esquecido filme inglês é uma variação do conto e muito mais: uma melancólica e lírica história de amor, que é também uma história de terror gótica e romântica, e com resquícios de um filme de zumbi. Foi o único longa-metragem dirigido por Fred Burnley, e o último também, pois viria a falecer pouco depois. Fez carreira na TV inglesa como diretor de episódios de séries e editor. Susan Hampshire, atriz respeitada no teatro e TV inglesa, é Anna. Para fugir de um casamento frustrante parte para uma viagem à ilha de Jersey onde vem a conhecer o melancólico Hugh(Michael Petrovitch). A amizade não demora muito a se transformar em amor: ela abandona o marido e decide permanece na ilha. Tudo estava lindo e maravilhoso, mas durante um passeio romântico à Escócia o amado morre tragicamente. No entanto na mesma noite ele reaparece miraculosamente. O casal regressa para casa, como se nada tivesse acontecido, mas logo se percebe que havia algo errado com Hugh e o idílio amoroso se transforma em terror.
Desse jeito até parece que é uma metáfora sobre um casamento que começa bem e termina mal, não? O título original é uma citação de um poema de Elizabeth Barrett Browning. As críticas ao filme que podem ser encontradas na rede em sua maior parte são reticentes. De minha parte achei um filme interessante por várias razões entre as quais a atmosfera melancólica da narrativa, onde a paisagem inglesa típica de brumas e névoas serve como perfeita moldura, e a boa interpretação da bela Susan Hampshire. Há um quê de história de amor louco que faria as delícias dos surrealistas. O filme guarda ainda alguma semelhança com o espanhol “La Llamada” que comentei aqui no blog há algum tempo. Já existe edição em DVD na civilização, mas infelizmente é um filme difícil de ser encontrado nos sites que ainda sobrevivem.
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