Este filme talvez seja outra (mais uma) desculpa – sempre esfarrapada - para lembrar uma das rainhas do filme B, talvez a maior de todas, dos anos 90. Maria Ford, que está na casa dos 50 agora, e ainda em atividade na TV, ganhou lugar cativo nos fãs com uma série de filmes baratos, rápidos, geralmente de ação, erótico, terror, ou ficção científica. Generosamente sempre fez questão de mostrar os atributos quando assim exigia o roteiro. Outro detalhe: ela entende mesmo de artes marciais e não dubla suas cenas, além de ser excelente dançarina( foi stripper em Las Vegas). Boa parte dessas produções Bs ,onde atuou ,foi realizada diretamente para o mercado de vídeo. Os anos dourados da
grindhouse e exploitation já eram lenda nos anos noventa, mas o surgimento do VHS deu sangue ao filme B na Itália, EUA e outros países. E nesse contexto que se situa este filme que escolhi para lembrar essa lourinha gata brava . Ainda não vi todos os filmes que estrelou (devo ter uma dezena ou mais), mas pelo título resolvi arriscar e confesso que me diverti bastante. O filme como ele pode ser visto hoje pelo espectador surgiu de um contratempo sui-generis. Inicialmente seria estrelado por Charlie Spradling, que interpreta a irmã da personagem vivida por Maria Ford. Porém como ela não aceitou fazer uma cena em que tinha que lutar vestida só com uma calcinha os produtores decidiram “matar “ seu personagem, reescreveram o roteiro, e convocaram Maria Ford, que se tornou a heroína da história. A trama recicla dois sucessos da produtora de Corman : “Angelfist”, dirigido por Ciro H. Santiago, e “Blackbelt” do mesmo diretor desse filme, Charles Philip Moore. Na verdade é quase uma refilmagem desse último realizado dois anos antes. Como não curtir um filme em que a heroína é obrigada a enfrentar um bando de vilões vestida apenas com uma sexy calcinha vermelha? A cena, aliás, lembra a sensacional sequência do “pink” japonês “Sex and Fury” com Reiko Eike lutando completamente nua, sob a neve. Foi esta a sequência que motivou o quiproquó com Charlie Spradling, diga-se de passagem. Em mais de um sentido este filme revela influências do cinema oriental dos anos 70 japonês e de Hong Kong. Como nos gloriosos anos setenta as filmagens foram realizadas nas Filipinas, com produção do grande Ciro H.Santiago e Roger Corman. Maria Ford é Jo, uma policial, cuja irmã Britt - uma policial durona também – é brutalmente espancada e morta por um brutamonte. Claro que ela parte então no encalço de Bobby, o psicopata frio que matou a irmã, e que colecionava corpos de mulheres como quem colecionava filmes vagabundos: depois de fazer sexo com as incautas -vestidas de noivas- as matava com porradas e arrancava o dedo onde previamente colocara um anel de noivado. Muito singelo, mas considerando que ele era um mercenário ex-combatente do Vietnã, perfeitamente explicável. Para chegar até este simpático sujeito nossa heroína e musa mergulha no universo do
showbusiness fuleiro, com cheiro de fracasso, quase da prostituição. No centro desse mundo tosco encontra Delilah(Jessica Mark) uma cantora bissexual que realiza um show strip lésbico & sadomasoquista, que já não atraia quase ninguém. Era sustentada por um gangster gordo e escroto cujos negócios incluíam tráfico de drogas, proxenetismo e outras coisitas mais, além de uma gravadora. Jo vai trabalhar como guarda-costas da artista. O psicopata nutria uma fixação doentia pela cantora e além de segui-la mandava-lhe presentinhos que incluíam dedos decepados. Mais romântico impossível. Outro momento estupendo acontece: ameaçada pelo vilão, que rapta a namorada e partner da cantora, Jo é obrigada a fazer um número de strip-tease. Nonsense e divertido. Ao que parece boa parte dos filmes de Maria Ford incluem cenas assim ou se passam nesse ambiente, pelo que constatei. Policial disfarçada de stripper, aliás, seria quase um sub-subgênero da
exploitation tal a quantidade de filmes realizados nos anos 80 nessa linha. Mas o gênero do filme é mesmo “gostosa pelada com uma pistola fumegante”. E dentro dessa linha o filme é uma ótima e deliciosa farra. Observando o ano do filme constato que este é, provavelmente, o mais “novo” que resenhei aqui no blog considerando o ano em que foi realizado. Para os interessados existe ele no
pirate bay: http://thepiratebay.se/torrent/6936728/Angel_of_Destruction_(1994)___Maria_Ford__
2 comentários:
Fernando, você alguma ideia de onde baixar esses filmes aqui resenhados? É tanta dica e tanto filme com interesse da minha parte em potencial, que acabo perdido em meio ao excesso de informação da net...
oi Antonio, eu pego em alguns sites: c9nemageddon(que é fabuloso, mas é restrito infelizmente atualmente a convidados), o making off que é nacional, mas exige convite, o eurotorrents e o asiantorrents, mas além desses tem blogs como phenix, arsenevich, cynecozilla que sempre postam coisas excelent4es,,,e tem o piratebay e o you tube, que está cada vez melhor...
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