segunda-feira, 19 de novembro de 2012

The Great Texas Dynamite Chase -1976

Um precursor de Thelma e Louise? De fato, os dois filmes tem mais pontos em comum do que a coincidência, e não duvido que o roteirista do filme classe A de Ridley Scott tenha visto esse pequeno filme B. Naquele a pretensão pseudo feminista, nesse a insolência e a irreverência quase inconsequente. Com qual você ficaria, leitor imaginário? Eu fico com o segundo, óbvio. Este espaço é afinal de contas dedicado aos filmes perdidos, vagabundos, Bs, fuleiros e afins. Até gosto de algumas coisas de Ridley Scott ( “Blade Runner”, foi um marco para mim nos anos oitenta) e nem seria o caso de compará-los. Mas não resisto. O filme de Scott já foi realizado sob a égide, ou a praga, do politicamente correto. O filme B dirigido por Michael Pressman – com produção de Roger Corman - passa longe dessas questões e chocaria com certeza a horda que preconiza os bons e edificantes bons sentimentos. O meu cantinho é também uma espécie de pré-PC. Inconscientemente ou não talvez por isso procure evitar filmes recentes, ainda que não deixe de acompanhar o cinema contemporâneo. Mas isso é outra história. Para nos brasileiros o filme ainda reserva uma piadinha sacana após o The End quando o destino das personagens é elucidado. Mas estou adiantando. De que trata essa joia dos drive-ins dos anos setenta? Se já citei o filme de Ridley Scott está claro que o filme trata de duas garotas bandoleiras: Candy(Claudia Jennings) e Ellie Jo (Jocelyn Jones). Candy sai da prisão e a primeiro ato é entrar num banco, acender uma banana de dinamite e cometer um assalto; Ellie Jo, entediada com a vida que levava - funcionária relapsa do banco assaltado - ajuda a até então desconhecida bandida e entra de cabeça na vida errante de assaltos, tiros , escaramuças e loucas escapadas.
O cenário onde trafegam é o interior do Texas :pequenas cidades , isoladas e quase paradas no tempo , algumas sonhando com os tempos da confederação sulista. Bonny e Clyde, Bonnie Parker Story, Boxcar Bertha, The Getaway, Jesse James. Billy the Kid, Butch Cassidy e Sundance Kid e outros de filmes e nomes quase mitológicos que imortalizaram a figura romântica do bandoleiro livre e desesperado. Aqui o espectador não tem como não torcer para o sucesso das mocinhas.O final é sacana e irônico e, certamente ,impossível hoje. Lembrar este filme é uma boa desculpa para falar um pouquinho de Claudia Jennings, “Queen of the Drive-Ins”: ex-playmate nos anos 70, participou de 27 filmes e faleceu tragicamente em um acidente automobilístico com apenas 29 anos. Era mesmo uma gata, mas se não tivesse morrido é quase certo que não teria tido um futuro promissor: na altura do filme que comento já estava mergulhada de cabeça nas drogas e se revelava uma figura cada vez mais difícil de lidar nos estúdios. Uma pena, mas o que é importa é que deixou sua marca nesse e em outros ótimos filmes na curta carreira.

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