terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Wicked Woman - 1953
Eis o filme um B por excelência. O bom e o ruim do gênero estão aqui presentes em toda a sua grandeza e baixeza. Talvez a melhor definição para esse pequeno filme fosse a palavra sórdido. Andrew Sarris classifica o filme como “camp”, ou seja, kitsch, brega, de mau gosto. E assim que quase sempre é definido nos verbetes de cinema. Eu diria além de todas as aproximações acima que estamos diante de um legítimo precursor da obra de Russ Meyer, o rei da sexploitation americana dos anos 60, autor de “Faster Pussycat Kill” entre tantas obras primas. Russell Rouse, diretor e roteirista desse pequeno filme desce fundo no sórdido. Sórdida é a vida de Billie- uma mulher vinda de lugar nenhum; sórdidos são os ambientes por onde ela circula: a pensão miserável aonde vai morar e o bar aonde arruma trabalho como garçonete. E sórdidos são seus planos para se dar bem: tornar-se amante do marido da proprietária bêbada e então fazer com que ela venda o bar , se apossar do dinheiro e do marido e fugir para o México. Mas para o azar de Billie, o seu vizinho de pensão, um velhinho baixinho e libidinoso, descobre os seus planos e a chantageia: e ela se vê obrigada a lhe prestar favores sexuais. Nada trágico simplesmente grotesco. E sórdido. Poucas vezes um filme B foi tão cruel e real mostrando a sordidez de um bando de vidas miseráveis, sem perspectivas
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