quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Fuego - Armando Bo - 1969
Outro filme argentino? Este blog é afinal de contas dedicado ao cinema portenho? Dios Mio! Não, nada disso. Mas não resisto a falar agora de Isabel Sarli, a maior popozuda portenha de todos os tempos. A maior e mais gostosa. Muito mais que a Antonela ex- BB(sic). Há cerca de uns dez anos estive passando férias em Buenos Aires e tomei contato pela primeira vez com a musa sexy maior dos argentinos num cineminha de San Telmo que estava exibindo uma retrospectiva de seus filmes. Saí extasiado com aquele mulherão cheio de carnes, canastrona e voluptuosa. Terminei aquela noite sárlica tomando umas copas de vinho e comendo um bom prato de chorizos sonhando com as curvas daquela atriz da qual eu nunca tinha ouvido falar antes. Desde que a vi devo dizer que me viciei nessa argentina - que pelos padrões de beleza atuais seria considerada gorda. Mas foi o maior símbolo sexual latino dos anos 50, 60 e 70. "Fuego" realizado em 1969 e dirigido- como sempre - por Armando Bo, descobridor e amante ( nunca foram casados), é a peça mais extravagante e absurda da longa carreira da atriz, que começou a carreira pública como miss Argentina em 1955. Armando Bo, foi para ela o que foi Sternberg para Marlene Dietrich: mais que um diretor e amante ele moldou o mito erótico que atravessaria décadas. Juntos realizaram mais de uma dezena de filmes. Num tempo que nosso cinema nem sonhava ainda com nossas veras fischers, bragas aldines mullers e helena ramos, Isabel Sarli não hesitava em se desnudar diante das câmeras e se entregar ao erotismo mais frenético . O detalhe é que quase sempre se desnudava em cachoeiras, rios ou no mar. Dai resultaria o dito jocoso de que ela foi a atriz mais "limpa" do cinema."Fuego" é a obra-prima do cinema extremo. Um filme tango. Quero dizer: um filme que tem o espírito encarnado do tango. Exagerado. Cafona. Brega. Desvairado. Em todos os sentidos. Até ao delírio. A trama do filme tem um quê de um Nélson Rodrigues : é a história de uma mulher, que tem, digamos assim, o fogo no rabo. Mesmo sabendo disso o homem a aceita ,casa-se com ela e tem depois que sofrer as consequências do desatino do ato de se unir com uma ninfomaníaca - que ainda por cima tem relações sáficas com a empregada. Como se vê a trama simples e eficaz é uma desculpa para o Russ Meyer portenho colocar na tela ninfomania e lesbianismo entre outras taras sexuais. O filme não obedece nenhum cânone do bom gosto do cinema atual e se entrega totalmente aos desvarios beirando até o surrealismo. Porque, afinal de contas ,a história dessa mulher entregue ao fogo da sexualidade, é também a história de um amor louco no sentido bretoniano do termo. Graças aos benditos torrents e emules podemos agora ter acesso a essas preciosidades do cinema. Santa net.
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