quarta-feira, 8 de maio de 2013
Return of the Dragon - 1974
Bruce Lee morreu prematuramente de uma maneira controversa deixando uma legião de imitadores no cinema asiático e
até em países europeus e sul americanos, gerando um subgênero da exploitation, a brucexploitation.
O filipino Ramon Zamora foi um dos muitos que surgiu na cola do dragão chinês
do kung-fu anos 70. Dublê, comediante e ator de renome no país quando decidiu a
se aventurar pelos filmes de artes
marciais. Quando eu era adolescente a febre do kung-fu varria o Brasil e o
mundo. Infelizmente naquela época não pude assistir aos filmes estrelados por
Bruce Lee e tinha que me contentar com a série de TV americana estrelada pelo
Carradine. Ironicamente assisti no
cinema somente a uma das inúmeras imitações, com um lutador de nome Bruce Li. Outra
roubada foi ir ao cinema e para ver um
filme do lutador e dar de cara com uma simples colagem de episódios da série de
TV Besouro Verde, que ele estrelou no papel de Kato, assistente do herói. O
tempo passou e me desinteressei de Bruce Lee e do gênero. Confesso que até hoje
mantenho o desinteresse por ambos, apesar da paixão pelo cinema asiático mais
“weirdo”. Atraem-me somente os filmes de arte marciais insanos, que misturam
terror ou outros gêneros, e os deliberadamente toscos, que não se levam muito a
sério. O filme que relembro tem direção
do venerável Celso Ad.Castillo, um dos gigantes do cinema filipino e asiático
na era de ouro. À vontade em gêneros diversos: drama, terror, artes marciais,
erótico. Pena que boa parte da sua filmografia seja inacessível para nós
ocidentais. Já abordei aqui há algum tempo atrás o cinema filipino, sem dúvida
dos mais interessantes dos anos 60 e 70.
Ilha pequena de cinematografia monumental, e que ainda continua a produzir
filmes com regularidade, apesar da decadência. Ramon Zamora ,como lembrei acima
,era humorista e certamente por isso seus filmes de artes marciais abusavam do
humor. Felizmente não é o caso aqui. O filme se leva a sério, na medida certa,
e não tem enxertos com o humor oriental,
sem dúvida a parte mais chata do cinema daquelas bandas, para atrapalhar. Se
passa ao largo das piadas mequetrefes a violência
mais delirante tem lugar cativo na trama. O herói - de nome Pylon- trucida um
bando inteiro de lutadores, mas também leva surras homéricas, é quase morto,
tem as mãos perfuradas por tiros e estacas, vê sua amada ser estuprada e assassinada,
e parte para uma sanguinolenta vingança. A estética do spaghetti italiano é marcante e
dá um toque especial ao conjunto: a trilha sonora, por exemplo, é claramente
decalcada dos temas de Ennio Morricone. Interessante pensar que o spaghetti bebeu na fonte oriental – os filmes de
samurais, especialmente- e acabaria influenciando os filmes de artes marciais
posteriormente. Para os interessados em
conhecer este precursor dos filmes de Tarantino a boa notícia é que ele tem
completo no Youtube, dublado em inglês.
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Um comentário:
''O herói - de nome Pylon- trucida um bando inteiro de lutadores, mas também leva surras homéricas, é quase morto, tem as mãos perfuradas por tiros e estacas, vê sua amada ser estuprada e assassinada, e parte para uma sanguinolenta vingança''
Filme com tudo isso é certo que vou ver !!!
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