sábado, 25 de dezembro de 2010

Five - 1951


Mais uma feliz descoberta via o inestimável blog do Carlos Reichenbach, “Olhos Livres “ que volta e meia dá excelentes dicas de filmes. No caso aqui desse filme foi mesmo uma boa surpresa. Trata-se de uma
produção B dos anos 50, mais especificamente de 1951, e teve direção de Arch Oboler, nome para mmim, rigorosamente desconhecido até então. O elenco nao tem nenhum nome ou rosto familiar. Isso se explica porque o diretor recrutou os atores junto à Universidade da Califórnia. A atriz principal do filme, Susan Douglas, nasceu na Aústria e fez carreira teatral no Canadá, tendo obtido largo reconhecimento por lá. Arch Oboler ganhou algum renome nos anos 40 nos EUA , dirigindo produções teatrais para o rádio. No cinema sua carreira foi curta e dirigiu apenas 11 filmes, todos obscuros. “Five”chamou a atenção por se tratar do primeiro filme que tratou diretamente do holocausto nuclear e de como seria um mundo após essa tragedia.
O diretor tomou como base para escrever o roteiro uma peça de sua própria autoria, “O mundo “. O custo do filme foi de apenas 75.000 dólares, quantia absolutamente rídicula até para produções B. O cenário em que se dessenrola a ação do filme, por exemplo, foi a própria residência do diretor: uma curiosa casa projetada pelo arquiteto Frank Lloyd Wright em Malibu .
E é nesse cenário inóspito e isolado que o espectador vai tomando conhecimento do drama que se desenrola com uma mulher desesperada e quase louca tentando encontrar alguma saída para o caos em que o mundo está. O filme começa exatamente com a destruição da vida no planeta. E Roseanne, tomando conhecimento da realidade em que se encontra vaga sem rumo ate encontrar a casa no alto na montanha e lá enfim, encontra um homem. Logo, os dois descobrem que podem existir mais sobreviventes e surgem mais 3 homens. E com os cinco personagens, o diretor, acostumado ao teatro desenrola um filme sóbrio e discreto, de tintas minimalistas. Esse minimalismo empresta ao filme seu charme peculiar. A mise-en-scéne de Oboler procura extrair o máximo de efeito dos enquadramentos ressaltando os rostos angustiados daqueles seres perdidos. Pode soar bizarro essa comparação, mas o cinema de Carl T. Dreyer e seus planos enfatizando os rostos, me vieram à mente enquanto assistia a este bom e surpreendente filme

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