domingo, 4 de dezembro de 2011

Scream of the Butterfly - 1965


Uma peça cinematográfica da sexploitation americana dos anos 60, que merecia divulgação maior e ser retirado do gueto em que estes filmes são classificados e colocados. Saiu é verdade em DVD pela Something Weird há pouco tempo, o que significa que pode ser encomendada via Amazon. Na net não foi fácil encontra-lo, só mesmo no maravilhoso Cinemageddon para conseguir uma cópia. Um filme que provavelmente nasceu como um média metragem, inicialmente dirigidas pelo coreógrafo argentino Eber Lobato (que só realizaria outro filme), e com cenas acrescentadas e filmadas pelo produtor Howard Veidt, posteriormente. Mistério o motivo disso: briga entre produtor e diretor? Infelizmente as informações sobre o filmes são absolutamente escassas. Sobre a estrela do filme, a sexy argentina Neli Lobato, já pude averiguar alguma coisa: na época desse filme trabalhava na França como vedete, provavelmente lá recebeu o convite para o filme, e além dele só participou de outros 6 obscuros filmes, e faleceu em 1982, com apenas 47 anos. Uma pena. Não alcançou a projeção de Isabel Sarli e Libertad Leblanc, mas a julgar por sua atuação neste filme teria se convertido em uma rival poderosa delas. Até porque tinha um corpo muito mais bonito e não era má atriz. Mas alcançou fama na Argentina como vedete e até o ano da sua morte, vítima de câncer, ainda atuava nos palcos portenhos. Bem e o que é este filme, que com tantas mãos por trás das câmeras tinha tudo para ser uma maçaroca? Um dos personagens descreveu o caso retratado no filme assim: tem de tudo, uma mulher bonita, um marido rico, um vagabundo gigolô, um crime e duas testemunhas. Uma trama, pois, com arquétipos noir, algo incomum no mundo sixtie dos filmes exploitation: Neli, é uma modelo, conhece um milionário sem graça, se casa com ele, e com dois dias de lua de mel em um balneário cai nos braços de um típico beach boy. O caso avança cada vez mais caliente – o marido, um lerdo, ignorando tudo -, com cenas que sugerem uma paródia das protagonizadas por Burt Lancaster e Deborah Kerr em “A Um Passo da Eternidade”: casal rolando na praia, esfregando-se, clássicas, e que causaram escândalo. Bem, já era os anos sessenta e agora o casal avançava mais no quesito audácia e sensualidade. A história é narrada em flashback por um quarteto de composto por três advogados e um psiquiatra, que vão discutindo os vários aspectos do crime. E entra então em cena um quarto elemento, um sujeito bebum que não seria só um amigo do gigolô, mas entre eles havia rolava algo mais tórrido. Homoerotismo no cinema ainda era incomum numa produção americana da época, e só possível em produções underground. Está formado, pois um quarteto amoroso, com substratos homossexuais que vai desembocar em um crime, que, aliás, é mostrado logo na primeira sequência - de impacto- do filme. O final bem sacana e inesperado fecha com chave de ouro este modesto e obscuro filme. A fotografia coube a Ray Dennis Steckler, um de diretor de filmes B de quem já comentei um filme aqui, é excelente, e como de hábito, em produções da época, a trilha sonora é uma curtição só, entre temas soul jazz e rock’rolls instrumentais. Inclusive, não falta a indefectível sequência numa boate go-go, com os dançarinos fazendo aquela coreografia

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