quarta-feira, 21 de setembro de 2011

teenage Monster - 1958

Em muitos filmes ditos ruins encontramos não poucas vezes a inocência e o frescor do olhar que não vemos nas obras ditas sérias e cultuadas. Esse filme aqui em questão é, sem dúvida, um bom exemplo e bom candidato a entrar naquelas listas dos piores filmes de todos os tempos, que quase sempre incluem as produções trash sci-fi dos anos 50 e 60. Apesar da precariedade da produção, história absurda, estamos diante do cinema mais puro e inocente, e seguramente divertido.
Na véspera do início das filmagens o diretor designado caiu fora alegando oferta melhor e o produtor e diretor de fotografia Jacques R. Marquette assumiu a direção. O filme foi realizado apenas para fazer dupla com “The Brain from Planet Arous”. Lembremos que nos tempos áureos do filme B, quase sempre esses filmes eram vendidos aos pares para o circuito de drive-ins. O nome original do filme era “Meteor Monster”, mas para aproveitar a onda de filmes com temática adolescente, foi trocado para “Teenage Monster”.
O recente “Cowboys & Aliens”, ainda em cartaz nos cinemas da cidade, colocou em evidência um crossover de gêneros que, para muitos, soou esdrúxulo: faroeste com ficção-cientifica. O fato é que nos anos dourados do filme B, essas misturas e cruzamentos de gêneros eram usuais. Tivemos “Billy the Kid contra Dracula”,”Jesse James contra afilha do Dr. Frankenstein” ou o “Curse of Undead”, que resenhei aqui, entre muitas pérolas absurdas. “Teenage Monster” além de tentar ir na cola dos filmes de temática teen, representou um dos ápices desse cruzamento bizarro de gêneros: aqui estamos diante de um faroeste com filme de monstros e ficção-científica. Um meteoro cai sobre uma mina, matando o pai e transformando o filho numa espécie de lobisomem gigante e retardado. A mãe vai tentar proteger ao máximo, sem impedir que o baby monstro cometa seus crimes aqui e ali: a mudança para cidade próxima, na esperança de que as coisas corressem melhores, não traz muitos benefícios. Tudo bem que o xerife local se apaixona pela mãe, mas as coisas degringolam quando uma criada além de chantageá-la , percebe que pode usar o monstro para se livrar de seus desafetos.
A maquiagem do monstro, um ator que devia ter uns 50 anos, coube a Jack Pierce, o homem responsável pelo visual de Boris Karloff em “Frankenstein” e “A Múmia”. Aqui, é claro, já em final de carreira.
Muito falado e com direção pesada, mesmo assim tem seus momentos curiosos, mas de faroeste mesmo, só os tiros que abatem a fera no previsível final que, é, contudo, despido de um happy end.

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